A república dos Viana

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A quinta vitória consecutiva do PT do Acre não é mérito do Partido dos Trabalhadores e sim dos irmão Viana. A conclusão é do cientista político Nilson Euclides, do Núcleo de Ciência Política da Universidade Federal do Acre.

Para ele, os 51,29% dos votos que garantiram a reeleição de Sebastião Viana, contra os 48,71% do tucano Márcio Bittar não é mérito algum do Partido dos Trabalhadores e muito menos da Frente Popular “que não tem nada de popular”, diz.

As seguidas vitórias do atual grupo político que comanda o Palácio Rio Branco resulta das junções dos temidos Viana com empresários e um discurso voltado ao social. Ou seja, uma mão dupla de favores onde um entra com o anzol e o outro com o peixe e fisga a camada mais baixa da sociedade.

“O Acre não é petista, é vianista. O PT que ganha no Acre é o PT da oligarquia e que comanda com as elites, com os poderosos, com as empresas. Aqui há o carisma do Jorge e as ações religiosas do Tião. Isso porque a Frente Popular não é popular em lugar nenhum. E só milita os seus cargos comissionados”.

Para Euclides, a oposição este ano beirou a organização, mas precisa mudar muito para ascender ao poder.

Suplantar o petismo passa por uma aliança com entidades como sindicatos que vez por outra mostram insatisfação com o atual grupo dominante ocorre que essas mesmas organizações de classe não enxergam os atuais caciques da oposição como pivores de uma mudança para o Acre.

“A oposição precisa se organizar, se aproximar dos sindicatos, das organizações de classe que começam a ficar insatisfeitas. A oposição precisa montar um plano pré-eleitoral e além de mostrar o erro do atual governo, mostrar como irá fazer. Se não for assim vai continuar com esses resultados entre 2% e 3% com a oposição sempre batendo na trave”, completa.

 

 

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