Lula reúne oito ex-presidenciáveis para declaração de apoio em São Paulo

De olho em demonstração de força para tentar fechar a eleição no primeiro turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu hoje oito ex-presidenciáveis em um encontro em São Paulo. Entre ex-ministros, aliados de longa data e até antigos opositores, a reunião teve partidos que integram outras chapas presidenciais, como União Brasil e Cidadania.

Conforme o UOL levantou, com o apoio da ex-ministra Marina Silva (Rede), na última semana, Lula reuniu até então o apoio de seis dos 13 presidenciáveis de 2018. Todos estavam presentes no vento de hoje, além de dois outros candidatos de outros anos. São eles: Guilherme Boulos (PSOL), Luciana Genro (PSOL), Cristovam Buarque (Cidadania), Marina, Geraldo Alckmin (PSB), Fernando Haddad (PT), Henrique Meirelles (União Brasil) e João Goulart Filho (PCdoB).

“Frente ampla”: O encontro reforça o discurso eleitoral de Lula de formar uma “frente ampla pela democracia”. Desde o início do ano, o PT tem tentado formar uma imagem de união suprapartidária em torno do petista, tentando diminuir a rejeição ao partido. É frequente ver membros da campanha fazendo relações com o movimento de redemocratização Diretas Já, dos anos 1980 — este foi o tom de hoje.
Candidato em cinco outras eleições (1898-2006), o próprio Lula tem feito referências frequentes aos pleitos passados, falando que antes “havia opositores e não inimigos”.

Com nomes ligados à centro-direita, como Alckmin e Meirelles, à esquerda, como Boulos e Luciana, os presentes justificaram, quase num tom de pedido de desculpas, que renunciaram às diferenças, em prol de uma pacificação do país.

O que vocês estão fazendo com o gesto de hoje é assumindo um compromisso, mas não é um compromisso com o Lula –é um compromisso que esse país vai voltar a viver democraticamente. As pessoas vão voltar a conviver democraticamente nesse país. Não é o Presidente da República e sua assessoria que diz o que é bom para a sociedade.Lula

Não é só política: Nos discursos, houve um destaque sobre como grande parte dos presentes pensa de forma divergente, em especial na economia, mas, mais do que questões práticas, a mesa reúne — e tenta sanar — desavenças pessoais entre os presentes.

Ex-ministros de Lula, Cristovam, Marina, e Meirelles praticamente não falavam com o ex-presidente desde que deixaram o governo, respectivamente em 2004, 2008 e 2010 — os dois primeiros, com profunda mágoa com Lula. Isso foi lembrado pelo petista em sua fala.

Luciana Genro também foi uma conquista do petista. Integrante do partido entre 1987 e 2003, a psolista, candidata em 2014, tornou-se uma das mais ferrenhas opositoras ao PT dentro do partido.

Candidata em 2006, Heloísa Helena (Rede), também ex-petista e fundadora do PSOL, seguiu as críticas prévias a Lula e, embora seja muito próxima a Marina, declarou apoio a Ciro Gomes (PDT).

Por pouco: Ao final do encontro, quando fotógrafos pediam para todos fazerem o “L”, Meirelles, à direta, sorria, mas resistia. Depois de alguns cliques, temendo climão, levantou o dedo. Luciana Genro, que em junho tirou foto se recusando a empunhar o gesto, se entregou ao lado de Lula hoje.

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