Jingles de candidatos movimentam mercado acreano custando de R$ 500 a R$ 5 mil

Desde a semana passada, as músicas com os jingles dos candidatos começaram a ser executadas pelas ruas acreanas. Um bom jingle em campanha eleitoral fica na memória do eleitor e vira a famosa música “chiclete”. Quem vem aproveitando mesmo este período são os donos de estúdios que fazem as gravações, tornando- se uma época para aproveitar e faturar alto.

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A estimativa é a de que os estúdios espalhados pela capital e também alguns do interior cheguem a gravar até 200 jingles durante a campanha. O número só não é maior porque alguns candidatos, com maior poder aquisitivo, optam por gravar suas músicas em estúdios de fora do Acre.

“Alguns candidatos, principalmente os que concorrem à reeleição, fazem fora, pagam até mais caro e não valorizam a prata da casa. Mesmo assim, a política é o período mais importante para nós que temos estúdio”, afirma Maurício Sena.

O valor de um jingle pode variar entre R$ 500 até R$ 5 mil, dependendo se a música é plágio ou exclusiva, o cantor ou cantora escolhido, se é com banda completa e também a qualidade do estúdio de gravação.

José Risley é um dos mais conceituados donos de estúdio em Rio Branco. “A campanha política fomenta muito. Tem alguns estúdios que esperam a campanha para pegar muito serviço. No meu caso, como eu já tenho uma clientela fixa de artistas, pego menos, mas ainda aparece muita coisa para ser feita neste período”, conta.

As músicas se dividem em duas categorias, o que faz com que o preço também varie. Existem os plágios, que são as chamadas paródias de músicas conhecidas e os jingles exclusivos, que são criados para um único candidato. Mirim Santana é um dos músicos mais conhecidos do Acre e também um dos mais antigos proprietários de estúdio de gravação. Por opção, Mirim não trabalha com plágio e cria músicas exclusivas para seus clientes.

“Eu não faço paródia, só faço jingle exclusivo. Uma música só dele passa mais veracidade ao candidato e não vai ter mais de um candidato com a mesma música. Sem contar que plataformas digitais como Facebook e Youtube derrubam o plágio e o candidato não vai poder tocar na internet”, conta.

Mirim explica ainda que tem uma equipe que senta com o candidato, pega as ideias chaves de proposta e compõe a música. “A gente parte do zero, faz a composição, eu tenho parceiros, poetas que fazem parte dessa composição”, explica.

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