Como ocorreu em Rio Branco, parte dos profissionais da saúde estadual decidiu cruzar os braços também em Brasiléia e Xapuri, onde manifestações foram realizadas, em menores proporções, nesta segunda-feira, 14, nos hospitais Raimundo Chaar e Epaminondas Jácome.
Em Brasiléia, vestindo preto e com um caixão, em alusão aos profissionais que perderam a vida no combate à pandemia, um grupo de servidores protestou em frente ao Hospital Regional, que é referencial para o Alto Acre, pedindo melhorias salariais e de condições de trabalho.
Em Xapuri, de acordo com uma fonte consultada pela reportagem do ac24horas, a adesão ao movimento foi baixa, mas os profissionais também se manifestaram pela paralisação, em frente ao hospital local, com faixas e cartazes expondo as reivindicações que estão sendo feitas.
Em um vídeo divulgado na internet, o presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici, pediu apoio da população ao movimento da categoria da saúde e relatou parte das dificuldades que os servidores da saúde estão enfrentando nas diversas unidades do estado, como falta de médicos e problemas estruturais.
“Em Xapuri, o solo da sala de atendimento está desabando. Em Brasiléia faltam médicos para preencher a escala de plantão, mesmo problema vivenciado em Feijó, onde, às vezes, um médico só tem que atender parturientes e, simultaneamente, pacientes com problemas clínicos e cirúrgicos”, disse Pulici.
O sindicalista também comentou a falta de medicamentos e equipamentos básicos para o atendimento à população, como a falta de um remédio no ambulatório de reumatologia da Fundação Hospitalar chamado ciclofosfamida e de cadeiras reclináveis na unidade de nefrologia para os pacientes de hemodiálise.
O governo do estado tentou se antecipar ao movimento grevista ainda no sábado, anunciando um pacote de propostas aos servidores, com destaque para a promessa de conclusão da revisão do Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR), mas o comando de greve considerou a oferta insuficiente.
10 anos de perdas
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac), Adailton Cruz, a proposta do governo precisa avançar em alguns pontos, como na reposição de perdas, concurso público e na situação dos servidores irregulares, para que o sindicato considere a possibilidade de suspender o movimento.
“O governo fez uma nova proposta, mas tem alguns pontos que não estão dentro das nossas expectativas. O governo quer repor as perdas apenas de 2020 e 2021, mas nós temos 10 anos de perdas. Então esse ponto é o que está pegando mais. Amanhã vamos nos reunir de novo para ver se avançamos”, explicou.