O que é que Acrelândia tem?

Foto: Sérgio Vale/ac24horas 

Domingo é o grande dia. De um lado, Socorro Neri, que está fazendo uma campanha sem grandes promessas e sendo bombardeada por todos os flancos.

Contra ela, a mira da pesada artilharia de três senadores e de todos os demais candidatos derrotados no primeiro turno e de seus respectivos patronos .

Socorro tem tentado passar a mensagem de dar prosseguimento à sua administração, consciente do minúsculo tamanho do orçamento municipal.

Uma tarefa difícil de empreender, isso porque parte significativa da população ainda se alimenta de expectativas, mesmo sabendo que a maioria delas são inexequíveis.

Esta não será a primeira e nem a última vez que o eleitor votará na construção de sua própria decepção.

Não bastasse toda ordem de tentativas de desconstrução, a prefeita ainda é acusada de ser “esquerdista”, tecla exaustivamente batida justamente pelo senador Márcio Bittar, em cujo ralo currículo como stalinista consta a sua passagem por partidos de esquerda, tanto que até passou uma temporada em Moscou, enviado pelo Partido Comunista.

De outro lado, Tião Bocalom, que por um triz não liquidou a vitória no primeiro turno. Ele convenceu a 49,58% do eleitorado de que a capacidade da prefeitura vai além das atividades triviais de uma prefeitura.

Segundo seus “compromissos”, os ramais não serão mais castigados pelo rigor do inverno amazônico e os produtores não terão problemas de tráfego para escoar as toneladas de produção agrícola resultante da implementação do tão esperado programa de governo “produzir para empregar”.

Em seus programas eleitorais o candidato faz questão de pontuar que não faz promessas, mas que assume compromissos, embora na cabeça do eleitorado não exista uma linha divisória para estabelecer os limites dessa distinção.

A lógica dessa afirmação leva a deduzir que as pontes e as famosas “pinguelas” não serão arrastadas pela força das águas dos igarapés e os ramais serão verdadeiros tapetes de asfalto.

No meio de muitos de seus eleitores, resta a dúvida e a seguinte pergunta: qual a necessidade de Bocalom se comprometer com essa turma cujo histórico e fama por cargos é conhecida de todo povo acreano?

Como o cobertor orçamentário da prefeitura é curto, já se pode antever as brigas por espaços e cargos será um duelo de foices e martelos no escuro.

Por qual razão ele não optou em ficar comprometido apenas com a senadora Mailza, com o senador Sérgio Petecão e com o deputado José Bestene, fiadores desde primeira hora?

Caso seja eleito, o povo, finalmente, terá a oportunidade de saber o que Acrelândia, de fato, tem e o que os outros municípios não tiveram a sorte de ter.


Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas. 

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