Em 2024, o Incra quer aumentar o número de projetos de reforma agrária no Acre. Aos atuais 157 que existem no estado, a direção do instituto quer somar mais 10, nas modalidades Projetos de Assentamento e Projetos de Desenvolvimento Sustentável.
Até 2026, a meta é criar entre 20 e 30 novos “PA’s” ou “PDS’s”, para usar o jargão dos agrônomos, advogados, sociólogos, antropólogos, geógrafos que acompanham o superintendente do Incra/AC, Márcio Rodrigo Alecio. Um qualificado exército de pouco mais de 100 servidores que deixam saudosa a lembrança e a presença de mais de 600 funcionários espalhados em quase 6 milhões de hectares Acre adentro, nas décadas de 70 e 80.
Essas metas que foram apresentadas exigem duas reflexões imediatas. A primeira guarda relação com o papel dos municípios: sem o compromisso dos prefeitos e secretários municipais de Agricultura, é impossível mudar o panorama do agricultor de base familiar no Acre. O cenário já não era fácil com 600 servidores do Incra, nos anos 70 e 80. Com pouco mais de 100, atualmente, a eficácia fica comprometida, por mais tecnologia que se agregue à rotina do servidor.
A segunda reflexão diz respeito ao ambiente político. O Incra tem a pressão arterial que pulsa de acordo com o humor dos governos. Se o ocupante do Palácio do Planalto não entender a Reforma Agrária como um instrumento para garantir segurança alimentar, distribuição de renda e oferta de alimento em grande escala à população, a saúde do órgão fica debilitada. Só para se ter uma ideia, o último projeto de assentamento criado no Acre foi há 10 anos, em 2014.
Ano passado, Alecio iniciou um planejamento que demonstra essa sintonia com a Brasília da atualidade. Foi esse novo ambiente criado pelo governo central que permitiu ousar 10 projetos de reforma agrária em apenas um ano no Acre e outros 30 para os próximos dois anos. “Sem uma decisão política, isso não se viabiliza”, avalia Alecio.
Há, neste momento, três editais abertos para as famílias interessadas em adquirir um lote para reforma agrária. São os projetos de assentamento Alto Purus (Manoel Urbano); Arez (abrangendo os municípios de Manoel Urbano e Sena Madureira) e Afluente (parte em Manoel Urbano e parte em Feijó).
O Incra do Acre vai abrir processo de seleção a partir da segunda quinzena de julho (do dia 15 ao dia 30) para o PA Alto Purus. No dia 12 de agosto, começa o processo de seleção para o PA Arez e PA Afluente.