“O agronegócio é uma referência positiva para o país”, diz Jorge Viana no Bar do Vaz

O ex-senador e atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação (APEX), Jorge Viana, foi o convidado do Bar do Vaz nesta sexta-feira, 13. Conduzindo a instituição do Governo Federal que tem como missão promover a produção industrial brasileira e atrair investidores para o país, Viana destacou a recuperação da economia e da imagem do país no exterior.

“A imagem do Brasil estava derretida, principalmente na Europa, com o aumento do desmatamento, com o flagelo humano com mais de 30 milhões de pessoas na pobreza. Quando o presidente Lula assume e volta com o maior programa social do mundo, a imagem começa a se recuperar e hoje temos os empresários querendo voltar a investir no Brasil”, disse.

Jorge Viana destacou ainda que a “briga” entre agronegócio e os governos do PT são coisas do passado, destacando a importância do setor para a economia. “O conflito de um contra outro não vai dar em nada, o agronegócio é uma referência positiva para o país. O Brasil produz muito e pode ampliar ainda mais a produção com as áreas que já estão desmatadas. Para se ter uma ideia, só na Amazônia, temos 40 milhões de hectares que podem ser melhor aproveitados para a agricultura e a pecuária”, explica.

Um dos objetivos de sua administração na APEX é tentar ampliar os investimentos nas regiões Norte e Nordeste. Especialmente para o Acre, Jorge Viana anunciou a edição do programa Expor+ Brasil, que vai ser realizada no Acre no próximo mês. “É um grande evento organizado pela APEX para promover a venda de produtos acreanos. Vamos colocar produtores de café, açaí, cacau, proteína animal como aves, porcos, carne bovina, castanha na frente de produtores do mundo. Nossa ideia é trazer pelo menos 30 representantes de vários países e fazer uma rodada de negócios”, disse.

Jorge Viana destacou como avanço recente o Plano Safra lançado pelo atual governo federal, mas, durante a entrevista, fez questão de destacar que ajustes precisam ser feitos para desburocratizar os processos de financiamento. “O Plano Safra precisa chegar no pequeno produtor ou não conseguimos mudar o Brasil. É muita dificuldade para ter acesso ao crédito e o pequeno produtor é muito importante. Vejo em Santa Catarina e no Paraná, por exemplo, quando os pequenos se juntam em cooperativas e se tornam gigantes. O Brasil tem muita terra agricultável, mas tanto pequeno, médio e grande produtor precisam de garantias para produzir”.

O presidente da APEX salientou ainda a necessidade da “briga” para garantir que frigoríficos de estados ainda não contemplados possam ter habilitados para exportação da carne bovina. “Existe uma lista de frigoríficos, mas o que defendo é a regionalização. Só vou sossegar quando tiver um frigorífico aqui habilitado para exportação. Somos um estado com um rebanho de 4 milhões de animais e estamos estrategicamente posicionados do ponto de vista geográfico. Fizemos essa estrada para o Pacífico e agora chegou a hora, temos que pensar em dobrar a capacidade de produção da Dom Porquito, da AcreAves, encontrar uma solução para ZPE e para a Peixes da Amazônia. Estou em um lugar (Apex) onde posso ajudar muito”, disse.

Por fim, Jorge Viana fez críticas ao atual momento econômico vivido pelo Acre. “Nunca vi tanta gente indo embora, parece que o Acre vive um terno feriado. Em menos de um ano, o governo Lula investiu o que foi investido durante todo o governo passado e eu pergunto onde estava a nossa bancada, porque não brigaram pelo nosso estado. Sofro de ver o Acre passando por um momento tão difícil, mas tenho esperança das coisas começarem a andar de novo, é só uma questão de tempo e de decisão política que o povo precisa tomar”, explicou.

Jorge Viana e o jornalista Roberto Vaz ainda lamentaram a guerra entre Israel e o grupo Hamas, que assombra o mundo. O ex-governador cumpriu agenda em Israel e deixou o país apenas horas antes do início do conflito. “É um conflito histórico, mas é preciso construir um caminho de paz. Eu saí 24 horas antes do ataque começar. O governo brasileiro agiu rápido para tirar os brasileiros que lá estão, mas é preciso ação do mundo, porque pode vir uma tragédia ainda maior pela frente”, disse Viana.

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