Ministério da Saúde incorpora medicamento inovador para malária ao SUS

Aumento de malária no Juruá - Foto: Reprodução

O Ministério da Saúde publicou na 1a semana de junho uma portaria que incorpora o medicamento tafenoquina ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em dose única, o tratamento aumenta a adesão dos pacientes e é o novo aliado do Brasil na busca pela eliminação da malária. O texto traz ainda o teste quantitativo da atividade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) como tecnologia auxiliar para confirmação diagnóstica.

A tafenoquina será usada nos casos de infecção por Plasmodium vivax, tipo mais comum de malária no Brasil. Segundo dados preliminares de 2022, o país registrou 129,1 mil casos da doença. Cerca de 80% deste total foram infecções por P. vivax. Segundo análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), a tafenoquina tem resultados similares aos da primaquina, já utilizada no SUS.

A grande vantagem é que, enquanto o medicamento mais antigo precisa ser administrado ao longo de 14 dias, a tafenoquina deve ser tomada uma única vez, “contribuindo para a diminuição das chances de recaída”, diz o parecer da comissão. O teste G6PD foi incorporado em conjunto, como tecnologia auxiliar, porque dele depende uma parte fundamental do tratamento. É que só podem usar esse medicamento os pacientes maiores de 16 anos de idade e com mais de 70% de atividade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase.

A malária faz parte de uma lista de afecções chamadas ‘doenças de determinação social’. São males que afetam principalmente pessoas em situação de vulnerabilidade social. Também estão na lista a doença de Chagas, tuberculose, hepatites virais e hanseníase.

Buscando enfrentar o problema de forma transversal, o governo criou o Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDS). Capitaneado pela Saúde, o CIEDS deve desenvolver políticas públicas para eliminar oito doenças de determinação social até 2030: Chagas, Malária, Hepatites virais, Tracoma, Filariose, Esquistossomose, Oncorcercos, Geo-helmintíases

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