Para adquirir os alimentos que compõem a cesta básica o trabalhador acreano tem de usar, apenas com esses produtos, 42,31% do salário mínimo, o maior gasto percentual desde janeiro de 2022, segundo pesquisa da Secretaria de Planejamento do Acre.
Segundo o estudo, a participação do valor das cestas no salário mínimo de um trabalhador acompanhou de perto o aumento de preços: “destaque para a cesta alimentar, que saiu de 40,83% em setembro para 42,31% em outubro”, diz o levantamento.
Nos últimos seis meses (maio a outubro), os resultados da pesquisa revelaram que o valor da cesta alimentar apresentou alta expressiva, saindo de R$ 1.733,96 em maio para R$1.794,84 em outubro, uma alta acumulada de R$ 60,88. Entretanto, quando consideramos o valor total das cestas, parte-se de R$ 2.030,66 em maio para R$2.117,52 em outubro, apresentando alta acumulada de R$ 86,86.
Já quando se leva em conta os últimos cinco meses (junho a outubro), a cesta de limpeza doméstica apresentou uma leve alta na participação do salário mínimo. No geral, a soma da participação das cestas no salário de um trabalhador comum que era de 47,87% em maio passou para 49,92% em outubro, apresentando alta de 2,05%, evidenciando a crise oriunda do aumento de preços, principalmente dos alimentos e combustíveis no Brasil e no mundo, gravada pela continuidade da guerra entre a Ucrânia e Rússia.
Vários fatores contribuem para a alta nos preços, incluindo a Guerra na Ucrânia. Apesar da liberação de portos e navios da Ucrânia para o transporte de grãos, a guerra continua tendo efeito negativo na produção de trigo, milho e cevada, implicando diretamente na produção de seus derivados, como o pão, e nas exportações de fertilizantes.
“O gasto mensal com a aquisição das três cestas para a manutenção de uma família padrão, composta por dois adultos e três crianças, indica a crescente dificuldade dessas famílias em manter as condições básicas de consumo e sobrevivência”, observa o estudo da Seplag.