A Amazônia teve 941 km² de devastação entre janeiro e março deste ano, recorde na série histórica iniciada em 2016, com aumento de 64% em relação ao mesmo período do ano passado. O número se sobressaiu à redução registrada entre os dias 1º e 31 de março, de 15% em relação ao mesmo mês do ano passado – que nesse período chegou a 312 quilômetros quadrados.
Divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo sistema de alertas Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, os dados dão suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e demais órgãos.
Os dados indicam desmatamento fora de época, pois normalmente o período entre dezembro, janeiro, fevereiro e março acumula taxas menores de desmate já que estão dentro da estação chuvosa da maioria dos estados do bioma. No entanto, as taxas atuais se comparam aos registros da estação seca em anos onde houve maior ação contra os crimes ambientais.
Em janeiro foram 430,44 km² de área sob alerta de desmatamento. A média para janeiro no período entre 2016 e 2021 é de 162 km²; a taxa atual foi 165% maior. Em fevereiro foram 199 km² de áreas sob alerta de desmate. A média entre 2016 e 2021 é de 135 km²: o número registrado neste ano é 47% maior. Já em março, foram 312,2 km²; a média é de 279,3 km²: a área em 2022 é 11,8% maior.