Número de imigrantes em Assis Brasil diminui, mas crise persiste, segundo prefeito

Fronteira tem caminhões de carga estacionados no lado peruano

Em entrevista concedida às rádios Aldeia FM e Educadora AM de Xapuri, na manhã desta terça-feira, 23, o prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia, voltou a chamar a atenção para a necessidade de o governo federal tomar medidas mais sólidas com relação à crise que se arrasta na fronteira com o Peru, onde muitos imigrantes haitianos e africanos continuam retidos.

O prefeito disse que, apesar do apoio do governo do estado e da visita de representantes de dois ministérios do governo Bolsonaro (Desenvolvimento Regional e Cidadania), ainda não foram tomadas medidas concretas para a solução definitiva do problema que tornou caótica a vida dos cidadãos da pequena cidade fronteiriça, sede de um município que tem apenas 7.500 habitantes.

Jerry Correia afirmou ainda que a quantidade de imigrantes diminuiu tanto na Ponte da Integração quanto nos abrigos improvisados, por conta de muitos terem resolvido retornar para as cidades brasileiras de onde saíram. Contudo, a situação permanece difícil em razão da incapacidade logística do município para garantir assistência digna aos estrangeiros.

O gestor advertiu que o problema não se resume às dificuldades de abrigar e alimentar os imigrantes. Segundo ele, toda a fronteira Bolpebra (Brasil/Bolívia/Peru) começa a sentir os efeitos da crise. Um dos exemplos disso é a enorme fila de caminhões e carretas que estão parados no lado peruano sem poder passar para o território brasileiro por causa da ocupação da ponte.

“A maioria dos veículos está carregada com combustíveis e alimentos que têm como destino a Bolívia. Isso é uma clara demonstração de que o problema não é só nosso. Para nós, não basta mais apenas ajuda com mantimentos e manifestações de solidariedade. Precisamos de uma ação que resolva o problema de maneira definitiva”, clamou o prefeito.

Por fim, o prefeito disse que tenta articular para que a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Acre, que está prevista para esta quarta-feira, 24, seja estendida a Assis Brasil para que ele veja de perto a situação do município. Bastante improvável de se concretizar, a intenção de Jerry Correia exprime a agonia que o caos na fronteira tem causado ao jovem administrador.

Compartilhar
Sair da versão mobile