A Cidade do Povo ficou marcada por dois fatos desde que foi anunciada sua construção. O primeiro é que nunca recebeu as 10,5 mil casas prometidas e nunca se tornou o modelo de bairro prometido, de que seria uma cidade planejada, moderna e ambientalmente sustentável. A outra é que com a guerra de facções instalada nos últimos anos no Acre, o bairro se tornou sinônimo de violência.
Para a comunidade que hoje mora no local, cerca de 22 mil pessoas, se o bairro não é a maravilha que se prometeu, existem serviços que funcionam e funcionam bem. Um bom exemplo é a Unidade de Básica de Saúde Manoel Alves Bezerra Neto, fundada no dia 03 de maio de 2016.
Funcionando das 7 às 12 horas e das 14 às 17, a equipe da unidade é composta por 15 agentes comunitários de saúde, 3 enfermeiras, 2 médicos, 2 técnicas de laboratório, 2 técnicas de enfermagem, 1 regulador, 1 agente de endemias, 1 farmacêutica, 1 assistente de farmácia, 1 dentista, 1 auxiliar em saúde bucal, 4 pessoas que fazem os serviços gerais (terceirizado).
A população da Cidade do Povo dispõe de atendimento médico, e enfermagem (pccu, pré-natal, teste rápido, teste da mãezinha, planejamento familiar, tratamento de pacientes com tuberculose), recepção que é composta por agentes de saúde( confecção de cartão do sus, atualização de cadastro), laboratório (coletas e entrega de resultados de exames), medicação e curativo( aferição de Pressão arterial, glicemia, peso, altura, retirada de pontos, curativos de modo geral), regulação ( o regulador agenda consultas para especialistas, geralmente para fundação hospitalar, e exames de maior complexidade como ultrassonografias, tomografias e ressonância magnética). O número de atendimentos impressiona. Por dia, são mais de 2 mil atendimentos realizados.
Por conta da distância, mesmo sendo uma Unidade Básica da Família, da Cidade do Povo há uma estrutura física e atendimentos exclusivos como laboratório e regulação, para que a comunidade não se desloque para lugares longínquos para ter acesso a esses serviços. Para a aposentada Maria Santana, 67 anos, isso faz toda a diferença. “O pessoal daqui trata a gente muito bem. A outra coisa boa é que quando precisa ir para a Fundação, já marca direto”, conta.
O coordenador administrativo da unidade de saúde é Antônio Carlos Lira Oliveira, conhecido como Bruno, que conta como a equipe de saúde criou vínculo com a comunidade. “Aqui é uma comunidade carente e muitas vezes o paciente vem aqui querendo mais que uma consulta. Muitas vezes,conseguimos ajudar apenas com uma conversa. Aqui a gente procura acolher. Quando um paciente vem aqui pra unidade, ele já consegue sair com um agendamento marcado, com uma data para fazer um exame e com seu remédio em mãos”, afirma Bruno.