Mesmo com crise, empreendedores estão ganhando dinheiro no Acre

A pandemia do coronavírus trouxe duas preocupações atualmente à sociedade. Uma é com a saúde. O Acre, junto com o Tocantins, são os únicos estados do país que ainda não registraram mortes no Brasil, que já chega a 488.

A outra preocupação é com a economia. Que tamanho vai ser o impacto no setor econômico com muitos empreendimentos fechados em todo o país? No Acre não é diferente. Muitos, principalmente autônomos, já sentem o efeito da crise e estão com dificuldades de alimentar suas famílias.

No entanto, existem setores no mercado de trabalho que não estão nem aí para crise. Pelo contrário, a pandemia do coronavírus ampliou de forma absurda a procura por seus serviços. Em plena crise, tem gente que não tem conseguido atender todas as ofertas de trabalho.

A primeira função é até óbvia. Nunca se usou o tanto o serviço de motoboy como agora. Com o comércio, principalmente o setor de alimentação, de portas fechadas, sendo obrigado a trabalhar do esquema de delivery, quem trabalha com esse tipo de atividade não tem parado.

São restaurantes, lanches, farmácias e distribuidoras que não param de fazer entregas. Antônio de Souza trabalha como motoboy há dois anos e nunca viu tanta entrega. “Eu não tenho do que reclamar. Se tem alguém achando ruim é a moto que não tem tido descanso. Trabalho o dia todo, muitas vezes até tarde da noite. Sei que é um momento difícil, mas tenho que dizer que o dinheiro no bolso aumentou muito”, afirma.

Antônio conta que sua renda triplicou depois do coronavírus. “Estou ganhando três vezes mais. A gente não para, é uma entrega atrás da outra”, diz.

Nas últimas semanas, muita gente começou a ouvir falar na expressão home office. Falada em inglês, significa escritório em casa, ou trabalhar de casa.

Muitas empresas, tanto de pequeno, médio e grandes portes e até o poder público em alguns casos, impossibilitados de abrirem suas portas ou receosos em juntar aglomeração de pessoas estão adotando essa prática.

Quem já trabalhava nessa área e tinha muita dificuldade de fazer com que os empreendedores entendessem e confiasse que home office funcionar e dá resultados tem visto a procura e nem sabe o que é crise.

“Quando eu comecei a trabalhar nisso, há dois anos, as pessoas tinham muito receio em aceitar esse serviço por não saber se a demanda seria realmente entregue. No ano passado, as coisas mudaram um pouquinho, já que a mídia começou a falar mais de home office. Agora, realmente, o trabalho tem crescido muito. As pessoas têm procurado se informar sobre quais ferramentas usamos e como entregamos os trabalhos aos clientes”, afirma Williane Silva, assistente virtual de alta performance.

A empreendedora que também oferece curso para que as pessoas entendem como funciona home office, diz que a procura cresceu tanto que já não consegue atender todos que a procuram. “A procura cresceu mais de 90%. Já cheguei a dispensar clientes porque a demanda tem sido alta demais e já até penso em contratar uma pessoa para me ajudar”, diz Williane.

Andreia Melo também é uma empreendedora digital. Ela tem uma papelaria criativa e coordena um grupo de mães que trabalham com o mercado digital.

“Meu atendimento é totalmente online, tudo é virtual. O único contato físico que temos com o cliente é na entrega. Para quem já está nesse modelo de negócio, nesse momento podemos inovar ainda mais. A grande percepção é fazer movimentos que chamem a atenção dos potenciais clientes. Não basta está na internet, é importante as ações de marketing. Infelizmente, apesar de ser um momento de muita preocupação, esse período de quarentena tem sido extremamente positivo para quem trabalha no mercado digital”, explica.

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