Às vésperas da votação na Câmara dos Deputados da PEC 556, que aumenta de 2 para 7 salários mínimos a pensão dos soldados da borracha, representantes do movimento em defesa do benefício temem que a proposta seja votada com uma alteração em seu texto original.
De última hora o governo teria apresentado uma contraproposta de 3 salários mínimos, mudando a proposta de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) que tramita no Congresso Nacional há 11 anos.
Na manhã desta segunda-feira, líderes do Movimento Pró-Soldados da Borracha se reuniram na Casa Civil com o governador Sebastião Viana para pedir apoio em favor da classe.
Na reunião, o coordenador do Movimento, Luziel Carvalho falou ao governador sobre a preocupação com a intenção do governo federal e mostrou as dificuldades financeiras vividas pelos aposentados que atualmente recebem apenas dois salários mínimos.
“Não dá sequer para comprar remédio, e muitos desses soldados precisam complementar seus ganhos com outras atividades. Mas estamos aqui governador porque o senhor tem se mostrado uma pessoa sensível a essas causas. Tanto que o senhor ajudou os hansenianos quando foi senador e sempre tem pautado sua vida política em defesa dessas causas sociais”, disse Luziel Carvalho.
Em todo país, 12 mil soldados da borracha esperam pelo beneficio. A maioria é do Acre. Só no estado são pouco mais 7, 3 mil, segundo o representante da classe.
O governador Sebastião Viana prometeu interceder pelos soldados da borracha, mas tirou a culpa do governo federal. Para o governador, o Congresso está cedendo às pressões do Planalto.
“Se alguém não quer votar é o Congresso. A culpa é do Congresso Nacional, vamos botar os pingos no “is”. E o Congresso tem que fazer o que é pra fazer. Se é orçamento dói, mas passa. Até porque vocês são verdadeiros heróis da pátria, de uma aliança. Vou conversar com o presidente Henrique Eduardo Alves e também entrarei em contato com o senador Renan Calheiros para interceder, apesar de que isso foge das nossas mãos”, disse o governador Sebastião Viana.
Também durante a reunião, os representantes do Movimento pediram ao governador prioridade no atendimento de saúde para os soldados da borracha, a execução de um programa habitacional específico e ainda que o governador marque uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff e a classe.
Sebastião Viana disse que a própria lei prevê atendimento prioritário para pessoas com idade acima de 65 anos e prometeu melhorar o atendimento aos idosos.
Ele também informou que irá trabalhar junto ao setor social do Estado para atender os soldados da borracha nos programas de habitação do governo e sobre a audiência com Dilma Rousseff, disse que irá encaminhar um ofício com o pedido à presidência da república.