Os representantes do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) realizaram uma visita surpresa a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito na manhã desta sexta-feira. No local, foram verificadas a falta de médicos, bioquímicos e técnicos para coletas de sangue.
Com uma demanda de 700 atendimentos por dia, cada médico, por pressão da direção, acaba realizando até 120 consultas por dia, prejudicando a qualidade dos serviços oferecidos e colocando em risco a saúde do cidadão que procura o serviço público.
“O profissional não pode ter sua autonomia ferida, pois em uma consulta precisamos de tempo suficiente para garantir a qualidade no atendimento. Na unidade, isso não ocorre, porque a administração quer obrigar o médico a atender a maior quantidade de pessoas, o que prejudica a qualidade”, falou o presidente do Sindmed, José Ribamar Costa.
Os representantes ainda constataram a falta de leitos suficientes para atender a uma demanda maior de pacientes. Em alguns casos, pacientes que deveriam ser encaminhados para hospitais acabam internados por até cinco dias em um local que deveria existir uma rotatividade a cada 24 horas.
Na UPA, o sindicato ainda constatou que na ala de repouso dos médicos não existe lençóis, em alguns casos, até a falta de colchões com o objetivo de privar os médicos do descanso, aumentando as horas trabalhadas.
O sindicato ainda encontrou infiltrações, goteiras e macas enferrujadas.
“Para atender melhor a população, é preciso melhorias no serviço público e um concurso público efetivo para garantir mais médicos a todos que procuram a UPA”, falou o sindicalista.
No local, profissionais de saúde relataram ainda que em alguns dias chegam a faltar medicamentos básicos como analgésicos e anti-inflamatórios.
A terceira visita organizada pelo Sindmed também será encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPE), mostrando que os problemas encontrados podem ser resolvidos com a gestão de recursos públicos.
A entidade ainda arrecadou assinaturas de pacientes e servidores com o objetivo de entrar com um projeto de iniciativa popular reivindicando mais dinheiro para o Serviço Único de Saúde (SUS).